Título: Parentes brutais dos coalas revelam segredos da evolução australiana
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Colágeno ancestral preservado em ossos de mamíferos australianos extintos tem se revelado uma ferramenta poderosa para desvendar as intrincadas relações evolutivas desses animais. A análise molecular de proteínas antigas está proporcionando novas perspectivas sobre a história natural da Austrália, com resultados surpreendentes.
Pesquisadores têm se dedicado à extração e análise de colágeno, uma proteína fibrosa encontrada em ossos e tecidos conjuntivos, de espécimes fósseis. Essa técnica permite contornar as limitações da análise de DNA, que frequentemente se degrada com o tempo, especialmente em climas quentes e áridos como o da Austrália. O colágeno, por outro lado, é mais resistente e pode persistir por milênios, preservando informações genéticas valiosas.
Os estudos recentes focaram em marsupiais, um grupo diverso de mamíferos que inclui coalas, cangurus e gambás. A análise do colágeno tem permitido aos cientistas refinar as árvores genealógicas desses animais, revelando conexões inesperadas e desafiando as classificações tradicionais baseadas apenas em características morfológicas.
Um dos achados mais notáveis revela a existência de parentes próximos dos coalas com hábitos alimentares e características físicas muito diferentes dos atuais. Evidências indicam que alguns desses parentes extintos possuíam dentes afiados e poderosos, adaptados para rasgar carne ou processar vegetação dura, contrastando fortemente com a dieta estritamente herbívora dos coalas modernos, que se alimentam quase exclusivamente de folhas de eucalipto.
Essa descoberta sugere que a linhagem dos coalas passou por uma significativa diversificação ao longo do tempo, com diferentes grupos adaptados a uma variedade de nichos ecológicos. O coala moderno representa apenas uma pequena fração dessa diversidade original.
A pesquisa com colágeno ancestral está lançando nova luz sobre a evolução dos mamíferos australianos, revelando que a história natural do continente é ainda mais complexa e fascinante do que se pensava anteriormente. A análise contínua de fósseis e o desenvolvimento de novas técnicas de análise de proteínas prometem revelar ainda mais segredos sobre o passado da fauna australiana e as forças evolutivas que a moldaram.
Fonte: www.sciencenews.org










